Como celulares roubados no Brasil são desbloqueados e vendidos no Facebook?
Você já deve saber que, após ter um telefone celular roubado, furtado ou extraviado, o ideal é registrar um boletim de ocorrência e solicitar o bloqueio do aparelho junto à operadora. Para isso, basta informar o número do IMEI, a impressão digital do dispositivo, que a informação vai para um banco de dados global para que o gadget nunca mais possa ser ativado em qualquer outra operadora do mundo.
No Brasil, existe o sistema Cime (Cadastro de Estações Móveis Impedidas), da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que serve exatamente como uma base de dados de IMEIs de portáteis roubados compartilhada com todas as operadoras. Quando um telefone tem o IMEI cadastrado no Cime, ele não pode mais ser habilitado. Isso, porém, apenas na teoria.
A última moda entre os criminosos para burlar a trava é um aparelho vendido no Paraguai capaz de trocar o IMEI de um portátil bloqueado. Com isso, ele “engana” as operadoras e pode ser habilitado para voltar a funcionar normalmente. Munidos do equipamento, aparelhos roubados são desbloqueados e vendidos em grupos do Facebook.
De acordo com uma longa reportagem assinada pelo repórter Felipe Souza, da BBC Brasil, o aparelho fabricado na China e na Coreia do Sul foi proibido no estado de São Paulo há três anos, mas pode ser adquirido no país vizinho por cerca de US$ 350 (algo em torno de R$ 1,1 mil). Segundo o delegado titular da Delegacia de Cybercrimes do Departamento de Investigações Criminais (Deic), José Mariano de Araújo, apenas o iPhone X e o Galaxy S8 são imunes ao desbloqueio.
Entretanto, Araújo aposta que é só questão de tempo para que os bandidos superem as travas impostas nos dois flagships. Como o dispositivo recebe atualizações online, não deve demorar muito até que ele seja capaz de fazer o mesmo nos gadgets da Apple e da Samsung.