Operação policial faz buscas na sede do Barcelona e prende o ex-presidente Josep Maria Bartomeu
Os escândalos de má gestão e corrupção no Barcelona se tornaram caso de polícia. Uma operação policial teve como alvo a sede do clube, no Camp Nou, na manhã desta segunda-feira, e também o ex-presidente Josep Maria Bartomeu, que foi preso, de acordo com informações da imprensa local. Trata-se de um novo passo na investigação sobre o “BarçaGate”, série de escândalos que levaram à mudanças na diretoria no ano passado.
Uma equipe de agentes da “Mossos d’Esquadra” foi até a residência de Bartomeu – que renunciou ao cargo em outubro – e o levou detido, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e administração injusta. Também foram presos o atual CEO do Barça, Òscar Grau; o diretor jurídico, Román Gómez Pontí; e o ex-assessor presidencial Jaumes Masferrer. Outros diretores estariam isolados e incomunicáveis.
O Tribunal de Justiça da Catalunha emitiu a ordem de busca nas instalações do clube, que foram fechadas durante a atuação dos agentes. Os funcionários precisaram ficar do lado de fora durante as buscas.
– O Barcelona emitiu um comunicado oficial horas depois da operação e diz que “ofereceu sua plena colaboração às autoridades judiciais e policiais para esclarecer os fatos que são alvos da investigação”. O clube garantiu que os documentos recolhidos pela polícia catalã dizem respeito apenas ao caso “dos serviços de monitoramento de redes sociais”.
– O Barcelona expressa seu máximo respeito pelo procedimento judicial em curso e pelo princípio de presunção de inocência das pessoas afetadas nestas atuações – diz a nota.
ℹ️ Comunicado del FC Barcelona pic.twitter.com/EIMFeuPqJV
— FC Barcelona (@FCBarcelona_es) March 1, 2021
A prisão de Bartomeu ocorre justamente uma semana antes da eleição presidencial que escolherá os sucessores à sua diretoria, no próximo domingo. Será o desfecho de um processo que colocou o Barcelona em um turbilhão político com divergências internas e que se refletiu esportivamente no futebol. Depois de uma era de ouro, a equipe não conseguiu se renovar, trocou de treinadores em sequência e teve dificuldade de disputar títulos nos últimos anos.
Estaria no centro das investigações o fato de a diretoria comandada por Bartomeu ter contratado uma consultoria especializada em dados e redes sociais, a I3 Ventures, para proteger a reputação de Bartomeu e outros diretores, desde 2017. Porém, a empresa também usaria seus serviços para publicar e espalhar mensagens que atacam jogadores como Messi e Piqué, ídolos do clube como Xavi, Puyol e Guardiola, além de políticos rivais, como Joan Laporta e Víctor Font.
Bartomeu sempre negou que a empresa usasse seus serviços para difamar qualquer pessoa. Mas o contrato para o pagamento pelos serviços também entrou em investigação, já que o preço pago foi considerado inflacionado diante de outros contratos parecidos no mercado. O clube teria pago 1 milhão de euros por ano à empresa, divididos em cinco parcelas de 200 mil euros. Cada uma delas teria sido incluída no orçamento de diferentes departamentos do Barcelona para que o contrato não precisasse ser aprovado pelos conselheiros.
O caso “BarçaGate” estourou em fevereiro do ano passado, após uma reportagem da rádio “Cadena SER” e mergulhou a diretoria comandada por Josep Maria Bartomeu a uma crise institucional. Ali começaram os pedidos de renúncia do presidente, inclusive nas arquibancadas do Cmap Nou. Em abril, Bartomeu viu seis diretores deixarem sua equipe, e a polícia entrou no caso, iniciando uma investigação.
Bartomeu sempre negou que a empresa usasse seus serviços para difamar qualquer pessoa. Mas o contrato para o pagamento pelos serviços também entrou em investigação, já que o preço pago foi considerado inflacionado diante de outros contratos parecidos no mercado. O clube teria pago 1 milhão de euros por ano à empresa, divididos em cinco parcelas de 200 mil euros. Cada uma delas teria sido incluída no orçamento de diferentes departamentos do Barcelona para que o contrato não precisasse ser aprovado pelos conselheiros.
O caso “BarçaGate” estourou em fevereiro do ano passado, após uma reportagem da rádio “Cadena SER” e mergulhou a diretoria comandada por Josep Maria Bartomeu a uma crise institucional. Ali começaram os pedidos de renúncia do presidente, inclusive nas arquibancadas do Cmap Nou. Em abril, Bartomeu viu seis diretores deixarem sua equipe, e a polícia entrou no caso, iniciando uma investigação.
A partir dali, Bartomeu começou a ser pressionado por uma renúncia e chegou a dizer que nunca pensou em deixar o cargo voluntariamente. Entretanto, no dia 27 de outubro, ele deixou o clube depois de seis anos – cerca de nove meses antes do fim de seu mandato, que iria até o meio deste ano. Novas eleições foram convocadas para janeiro, mas questão relacionadas à pandemia da Covid-19 adiaram o processo para o próximo domingo.
As polêmicas levaram entre Messi e seu desafeto fizeram com que o craque argentino se recusasse a renovar seu contrato com o clube, que se encerra em julho. O astro tentou uma rescisão unilateral no ano passado, alegando uma cláusula que permitira sua saída ao fim da temporada 2019/20 – mas o ex-presidente entrou em uma queda de braço dizendo que não liberaria o jogador. Messi, então, decidiu não ir para uma batalha judicial e permaneceu no Camp Nou.
Após a eleição do próximo domingo, o camisa 10 deve iniciar novas negociações sobre sua permanência, embora indique que a tendência é deixar o único clube que defendeu até agora em sua carreira. Se não renovar seu contrato, ele pode ir embora sem custos. Os gigantes PSG e Manchester City são destinos especulados caso Messi decida não permanecer no Barça.