Eleições 2024, futuro incerto em Rurópolis
As eleições municipais, geralmente relegadas ao nível médio, são cruciais para a confirmação e avanço do federalismo, que é a base da república brasileira, e a necessária oxigenação da participação social na gestão pública nas três esferas de governo. Também porque, como diz o senso comum, os cidadãos vivem nas cidades. Portanto, é nessa esfera política e social que a cidadania plena deve ser constantemente estabelecida e consolidada.
Aliás, em recente editorial sobre a importância dos municípios para a democracia, o Jornal “O Estado de São Paulo” citou o ex-chanceler alemão Konrad Adenauer: “Na minha experiência, a democracia está nos municípios. e os resultados da votação são imediatamente visíveis. Portanto, servir à comunidade é o melhor passo inicial para trabalhar na política geral”, disse Ardennes, antes de assumir a chefia do governo alemão (1949-1963), foi prefeito de Colônia duas vezes.
Da mesma forma, em outubro de 2020, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao contextualizar o papel dos municípios no atual ambiente sociopolítico, divulgou oportuna e incentivadora Eleições e Fortalecimento das Eleições Locais”. democracia’. Após constatar que a descentralização subjacente ao sistema federal continua sendo uma tarefa permanente, a entidade católica observou que as escolhas dos eleitores nas eleições municipais têm impacto direto na vida dos moradores.
Segundo a CNBB, toda essa gama de cobranças coloca o município em jogo e a eventual aprovação da PEC 32 (reforma administrativa) estará em risco. Para ele, isso obrigaria estados, municípios e sindicatos a atuarem apenas em áreas de não interesse da iniciativa privada.
Já as eleições Federais e Estaduais, servem para montar um possível cenário para as eleições municipais, pois a partir desses resultados é que se inicia os possíveis grupos políticos para o pleito municipal.
A exemplo de Rurópolis com resultados das urnas no último domingo temos uma direita hoje em tese mais forte que a esquerda, e um cenário de possíveis mudanças nos próximos anos, apesar de ainda falta aproximadamente 2 anos para a população ir às urnas escolher seu representante do executivo municipal.
No âmbito estadual em tese o apoio ao atual Governador reeleito foi de vitória, porém levando em consideração a porcentagem de votos obtidas, pelo eleito com relação ao segundo colocado é preocupante uma vez que os apoiadores do atual governante do estado fizeram uma campanha em massa e conseguiram 50,13% dos fotos, com uma diferença muito pouco expressiva para o segundo colocado que pouco fez campanha dentro do município, considerado por muitos como desconhecido chegando a conquistar 48,79% dos votos validos, você pode me questionar e dizer que foi um bom resultado, porém ao levar em consideração que Helder Barbalho foi eleito com 70,41% dos votos válidos contra 27,13% do segundo colocado o resultado municipal acaba tendo o um descontentamento para com relação ao grupo de apoiadores do governador no município.
E o cenário fica mais evidente do fortalecimento da Direita em Rurópolis quando pegamos o pleito a nível federal, no primeiro turno Jair Bolsonaro ficou com 55,78% dos validos contra 38,46%, de Lula, no segundo turno essa vantagem acabou se ampliando para 60,64% de Jair Bolsonaro contra 39,36% de Lula.
Fato é que Rurópolis não apresenta nenhum grupo formalizado sobre uma possível chapa para o pleito de 2024, porém a atual gestão aparentemente está com mais dificuldade de apontar um nome para concorrer nas próximas eleições, enquanto na oposição o cenário não é muito diferente, porém tem menos briga de ego para uma possível sucessão.
Portanto, as eleições municipais de 2024, são de extraordinária importância. A autonomia da legislação e administração local confere aos prefeitos e vereadores filiação política e responsabilidades administrativas dentro de seus respectivos municípios, e os cidadãos que votam não podem e não devem subestimar essas responsabilidades político-administrativas ao delegar tarefas a eles por meio do voto.