Logo pela manhã recebi a notícia de que o Senhor Elizeu teria falecido por complicações de saúde. A última vez que falei com ele foi dia de Natal durante as entrega das cestas básicas, certamente, foi à última conversa, pois, as outras vezes, que eu o vi pela rua, apenas nos cumprimentávamos com apertos de mãos e abraços.

– Seu Elizeu como vai à vida? Perguntava.

– Levando Doutor, levando. Suavemente respondia e se despedia caminhando vagarosamente pelas ruas de Rurópolis.

Nossos contatos, encontros, reencontros sempre foram leves, cheios de histórias.  Sem palavras para agradecer a este homem humilde que levou o Doutor a uma capa de revista, momento em que na literatura o criador e criatura, passaram a ser conhecidos no cenário paraense das crônicas. Que Elo, ao ponto de não se saber quem era o dono da história, quem era o criador ou a criatura.

Certamente, ele contou sua história, cumpriu seu papel e sai de cena sob aplausos e flores.

Voltou a ser estrela,

Voltou a ser luz,

Voltou para casa.

Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.

E sem dúvida ele sempre vai estar nas mais lindas lembranças, minhas e de muitos, eternizado em crônicas sob o céu de Rurópolis.

Há uma mensagem no final da novela “A Viagem”, de Ivani Ribeiro apresentada pela Rede Globo, no ano de 1994, que me emociona muito.

Um texto que é falado pelo Mascarado (Adonay) no capítulo final que in memoriam dedico ao nosso eterno Velho do Ituzinho. Vá em paz e obrigado.

“Venho de onde não existe tempo,

Mas sou eterno agora,

Por isso nada é longe,

Não há morte,

Não há tempo,

Não há espaço,

Não há azar e nem sorte,

Por tudo isso,

fica o amor,

e fica o abraço,

Bem-vindos a vida,

Tudo é trama,

tudo é laço,

Não há fim e nada cessa,

Tudo que existe,

Só começa”.

 

AOS LEITORES DA CRÔNICA DA SEMANA QUE SOLICITARAM, MUITO OBRIGADO, FIQUEM COM DEUS. ARY VITAL FILHO.