Braga Netto apresenta novos comandantes das Forças Armadas; Paulo Sérgio Nogueira assume o Exército
BRASÍLIA — O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, anunciou nesta quarta-feira os novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica: general Paulo Sérgio Nogueira; almirante de esquadra Almir Garnier Santos; e tenente-brigadeiro Baptista Júnior. Após uma troca sem precedentes nas Forças Armadas por pressão do presidente Jair Bolsonaro, o governo atuou para diminuir a crise e escolher nomes de agrado dos militares.
Após Braga Netto conversar com os cotados ao comando das Forças Armadas ao longo do dia, ele os levou para uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto em busca do aval do mandatário do país. Logo depois, o ministro convocou a imprensa para apresentar os nomes publicamente e fez um breve pronunciamento. Todos os escolhidos respeitam o critério de antiguidade, em sinal de respeito à hierarquia das instituições.
A troca no comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica vem após uma crise que levou os três comandantes anteriores a deixarem os cargos. De acordo com relatos, eles foram pressionados por Bolsonaro a demonstrarem maior apoio ao governo federal, o que gerou reação negativa.
Antes de Nogueira, havia dois generais mais antigos na carreira: Décio Schons e José Carlos de Nardi. Ambos, porém, estavam prestes a irem para a reserva, o que foi usado na ala militar do governo como um dos argumentos para justificar a escolha de Nogueira, além de ser o nome que mais agrada as fileiras.
No anúncio, Braga Netto disse que os militares estão comprometidos com os poderes constitucionais e as liberdades democráticas e afirmou que “os militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o país precisar”.
– A Marinha do Brasil, o Exército brasileiro e a Força Aérea brasileira se mantém fiéis às suas missões constituicionais de defender a pátria, garantir os poderes constitucionais e as liberdades democráticas. Neste dia histórico, reforço que o maior patrimônio de uma nação é a garantia da democracia e a liberdade do seu povo – declarou o ministro, enaltecendo a data que marca o aniversário do golpe militar.
Ele disse, ainda, que o país tem como desafio o combate à Covid-19 e que “todo o governo federal e os poderes da República têm mobilizado os seus esforços e energias para o enfrentamento dos impactos da epidemia”. Segundo ele, as Forças Armadas são “fatores de integração nacional” que contribuem para esta missão.
Fonte: O Globo