Análise: Desvendando mitos sobre as eleições

Apesar de que o brasileiro está despertando seu interesse pela política, ainda falta muito para desenvolvermos um senso crítico apurado e até mesmo entendermos como as coisas funcionam. E o primeiro aspecto que deve ser compreendido é o processo eleitoral, afinal, é por meio dele que podemos expressar nossa opinião e fazer nossas escolhas de forma contundente.

Há alguns mitos que devem ser eliminados para que possamos exercer nossa cidadania plenamente. Por exemplo:

‘Um voto a mais, um a menos, não faz diferença’

Se há um lugar onde todos somos iguais é diante de uma urna, mas nem sempre foi assim. Para quem não sabe, no Brasil Império houve uma época em que só as pessoas que possuíam uma renda elevada podiam votar. Era a chama da Lei Censitária, criada em 1824 e abolida em 1891. Hoje em dia, porém, cada voto conta e o voto do pobre tem exatamente o mesmo peso do voto do rico.

Além disso, já houve eleições em que candidatos ganharam ou perderam por causa de um único voto. Portanto, seja qual for o seu voto, exerça o seu direito de escolha.

‘Vou votar nulo porque não acredito em ninguém’ ou ‘Se mais da metade dos eleitores votar nulo, a eleição será cancelada’

Votar nulo, ou seja, digitar um número inexistente e apertar a tecla “confirma”, significa apenas jogar fora o direito de escolha. Afinal de contas, mesmo quem anula o voto vai estar sujeito ao que os políticos eleitos determinarem.

E acreditar que mais de 50% de votos nulos cancela a eleição não passa de mito. Há quem se apoie no artigo 224 do Código Eleitoral, que fala sobre novas eleições em caso de haver nulidade em mais da metade dos votos do país. Porém, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a nulidade não se refere a votos nulos, mas sim, “à constatação de fraude nas eleições, como, por exemplo, eventual cassação de candidato eleito condenado por compra de votos.”

‘Melhor votar em branco do que anular’

Há um mito de que o voto em branco beneficia o candidato que tem mais votos ou partido com maior número de candidatos eleitos. Segundo o TSE isso é uma falácia. Antigamente, quando se usavam cédulas, os votos em branco eram uma grande oportunidade de fraude, pois podiam ser preenchidas conforme a vontade de quem tinha acesso a elas. Hoje, com a urna eletrônica, os votos em branco não são computados, assim como os nulos e só servem para fins de estatística.

‘Vou votar no pior candidato como forma de protesto’

Forma de protesto ou de estupidez? De novo: se um número suficiente de pessoas votar dessa forma e o candidato for eleito, ele terá o poder de criar leis que vão prejudicar uma cidade inteira. Não precisamos de mais estupidez do que já existe.

Este ano foi o que mais demonstrou, na prática, o quanto a fome de poder e controle de um punhado de políticos pode atrapalhar a vida da população. Portanto, vote consciente, pois, com a sua participação ou não, no próximo domingo serão eleitos aqueles que terão poder sobre nós.

Fonte: R7