Por que a Rússia não disputa a Olimpíada de Tóquio ?

Os atletas russos explodiram de emoção quando, na última nota, superaram o Japão e conquistaram o ouro por equipes masculinas na ginástica artística nesta segunda-feira (26), porque a última vez que haviam ganhado a modalidade tinha sido em Atlanta 1996, no século passado.

Mas, quando subiram no pódio, não havia bandeira da Rússia e a música que tocou não foi o hino nacional do país, mas sim uma música clássica — um trecho de “Concerto para piano e orquestra nº 1”, de Piotr Ilitch Tchaikovski, um dos grandes compositores russos.

Já é a quarta vez que isso acontece nas Olimpíadas de Tóquio, pois os atletas russos já conquistaram 12 medalhas nos Jogos (4 de ouro, 5 de prata e 3 bronze) até agora e ocupam o 4º lugar no quadro geral de medalhas, atrás apenas de Japão, Estados Unidos e China.

Além disso, os atletas não disputam sob o nome do país, mas pela sigla ROC (“Comitê Olímpico da Rússia”, em tradução livre).

Isso ocorre devido à descoberta de um grande escândalo de doping. A Rússia foi excluída de grandes competições esportivas em 2019, durante quatro anos, por falsificar dados de testes antidoping.

Assim, além da Tóquio 2020, o país não poderá ser representado nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 e de Mundiais de todas as modalidades esportivas, inclusive a Copa do Catar.

A sigla foi uma alternativa encontrada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) para permitir a participação de atletas russos que não tiveram ligação comprovada com o escândalo.

A “bandeira” do ROC também é adaptada: no uniforme dos atletas, ela é branca e tem os cinco anéis olímpicos, além das cores vermelho, azul e branco, as mesmas da bandeira russa.